terça-feira, 26 de abril de 2011

Um Buraco na Parede

Fonte: worldchanging.com
Na manhã do dia 26 de janeiro de 1999, em Nova Delhi, na Índia, os moradores de uma favela que passavam perto do prédio da NIIT (National Indian Institute of Technology), instituto indiano de tecnologia, ficaram surpreendidos com uma abertura feita na parede, nessa abertura estava instalado um computador. Entre risos desconfiados, e exclamações que exprimiam um certo receio juntamente com a curiosidade, um grupo de pessoas, principalmente crianças, começou a mexer no equipamento.
Estavam, sem saber, a participarem numa experiência baptizada de “Hole-in the- Wall” (buraco na parede), concebida pelo doutor Sugata Mitra, chefe do Centro de Pesquisa em Sistemas Cognitivos do NIIT.
Intrigadas com as imagens e ícones que viam no monitor, as crianças aprenderam, sem nenhum tipo de ajuda – no início hesitantes, mas ganhando impressionante agilidade em questão de minutos – a utilizar o computador e no acesso á internet. Começaram a brincar com o rato, em pouco tempo se deram conta de que ao movê-lo e clicar em seus botões, algo se movia também no monitor. Excitadas, chamaram os amigos para que vissem o novo “televisor”, em que era possível mudar a cena usando os dedos.
Com grande rapidez, perceberam que o cursor adoptava a forma de uma mão quando se aproximava de uma palavra sublinhada, acidentalmente descobriram que era possível mudar a página, e minutos depois já estavam navegando pela internet.
Em poucos dias, aquelas crianças – que, além de nunca ter utilizado um computador, tinham muito pouco ou nenhum conhecimento de inglês – já navegavam pela rede sem maiores dificuldades e eram capazes de recortar, copiar e colar, assim como criar pastas e mover arquivos. Também haviam aprendido a desenhar utilizando um programa gráfico, a descarregar jogos e arquivos de música.
O NIIT, instituto especializado em tecnologia da informação, foi fundado há cerca de vinte anos e alcançou grande sucesso em dar suporte de software e treinamento a instituições e empresas. Além de actuar por toda a Índia, está presente em quase quarenta países do mundo.
Uma das propostas do projecto Buraco na Parede – financiado pelo governo indiano, por instituições locais e pelo Banco Mundial – é mostrar como crianças que vivem nas ruas aprendem sozinhas e rapidamente a utilizar computadores e a internet. Isso dá uma boa ideia do papel que os computadores podem desempenhar na educação de milhões de indianos.
A experiência pretende vir a render frutos não somente no aprendizado de informática, mas também nos sistemas de ensino em geral. O processo de aprendizagem foi denominado “educação minimamente invasiva”, pois, ao contrário dos métodos pedagógicos convencionais, há pouca ou nenhuma intervenção de educadores no processo de aprendizagem.
Actualmente, a experiência já foi implementado em inúmeras regiões pobres da Índia, tendo sido criados quiosques de alvenaria dos mais variados tipos para instalar as máquinas. Mas em cada lugar a reacção das crianças é similar à do grupo de Nova Delhi, com surpreendentes resultados de aprendizagem.

Blog Educativo e a sua Estrutura


Fonte: worldchanging.com

Definição e Estrutura
Um blog, é um espaço pessoal na Internet que pode ser usado pelo seu administrador que tem na liberdade de tema umas das suas principais características, dentro de certos parâmetros gerais de funcionamento como a necessidade de ser ordenado cronologicamente, ao jeito de um diário pessoal.
É uma ferramenta de uso fácil, uma vez que o seu utilizador não necessita de ter largos conhecimentos informáticos, além de que as ferramentas são cada vez mais variadas.
A vertente de educação é apenas uma que os blogs podem adquirir, estruturando-se da forma que o seu administrador entender; contudo, a estrutura geral assentará numa base de posts sequenciais.

 A sua Utilidade
Os blogs permitem a publicação de ideias em tempo real e permitem a interacção com qualquer pessoa que esteja conectada. Os blogs educativos facilitam a organização das aulas, dinamizam a aprendizagem, motivam os alunos, estimulam a colaboração entre pares, e servem, entre outras coisas, para desenvolver uma identidade digital, promover a autonomia, apresentar projectos/ trabalhos, divulgar actividades, enfim, apoiar a disciplina.
Os blogs podem ser criados e geridos por professores, alunos, ou os dois em simultâneo podem servir para: apresentação de um projecto educativo e possibilidade de lhe dar seguimento online em várias etapas;
·         preparação de encontros entre os vários agentes educacionais;
·         fazer reflexão e análise sobre temas de interesse educativo;
·         criação de um jornal, de uma biblioteca, de um livro, de qualquer projecto escolar online;
·         divulgação das actividades de um clube de escola e apoio a um disciplina.

Diferentes tipos de Blogs existentes
Existem blogs sociais, que podem ser blogs individuais ou blogs colectivos e blogs educativos ou de aprendizagem, como por exemplo blog de um professor, blog de um aluno, ou mesmo blog de turma.
Dados num Blog Pedagógico
Um blog contem dados digitalizados, que podem ser, por exemplo, fotografias, diários, noticias, poesias, musicas, reportagens, pesquisas, histórias, debates, textos… enfim, tudo o que pretendermos.

As tecnologias da Informação e Comunicação, e a sua relação pedagógica

Fonte: br.photaki.com
A escola é uma instituição social que espelha como foco principal o desenvolvimento do diálogo do conhecimento científico-filosófico universal, possibilitando ao aluno a inserção de saberes e formas culturais exigidas para o pleno desenvolvimento humano, frente à sociedade em que vive. Com a chegada da era da informação e da comunicação a escola ganha um novo cenário, como a necessidade de formação de professor, laboratórios de informática, melhoria do acesso à Internet, selecção de programas educativos, dentre outros recursos.
A escola não pode funcionar alheia a essa realidade, tendo em vista que as trocas de informação acontecem cada vez mais rapidamente, além do fato de que as crianças, desde pequenas, já utilizam aparatos tecnológicos em seus quotidianos.
Existem duas formas de conceber a utilização do computador na educação: como máquina de ensinar ou como ferramenta de auxílio pedagógico. A primeira consiste na reprodução dos métodos tradicionais de instrução utilizando o computador. É chamada de modelo instrucionista e foi desenvolvida por Skinner. A segunda foi introduzida por Papert e recebeu o nome de construcionista. O aluno constrói por meio do computador o seu próprio conhecimento.
O foco principal está na aprendizagem e não no ensino, na construção do conhecimento e não na instrução.
Desta forma, a utilização do computador aqui defendida é como um recurso pedagógico que ajuda na descrição, na reflexão e no refinamento de ideias, possibilitando que o aluno seja um ser activo no processo de construção de seu conhecimento. É imprescindível que a escola desenvolva condições para a utilização do computador no âmbito da sala de aula, de modo a preparar adequadamente o aluno para a cidadania e o mercado de trabalho, caso contrário, torna-se difícil sua inclusão na sociedade moderna.
Na década actual, há uma profusão de recursos tecnológicos, que promovem o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) perante a mobilidade e, democratizam a informação perante os processos educacionais, por meio da profusão das redes sociais de comunicação instaladas notadamente na Internet e da construção cooperativa de conhecimentos.
Tais processos acelerados de mudanças farão com que novos recursos advindos da evolução das TIC contribuam cada vez mais para a concepção de novas técnicas e métodos de ensino e aprendizagem utilizados nas modalidades de educação presencial, semipresencial ou a distância.
Um grande desafio é que as maiorias dos educadores atuais não são nativos digitais, enquanto os alunos jovens, cada vez mais o são. Uma fronteira móvel transparente divide estas duas realidades humanas e pode até sufocar determinados professores conservadores perante o uso do TIC.
Os professores podem ser flagrados em sala de aula pelos alunos jovens, que podem detectar, durante uma sessão pedagógica, aqueles que se encontram desfasados nos aspectos de suas habilidades e competências, para exercer o pleno uso do computador ou Internet durante o desenvolvimento de actividades escolares.
Por outro lado, as contínuas mudanças oriundas de novos recursos de comunicação e interacção, que são disponibilizados pelas TIC, provocam a necessidade de uma árdua e cansativa reflexão continuada sobre como se devem adaptar as técnicas e métodos de ensino e aprendizagem, desconstruir e reconstruir a prática pedagógica reflexiva, de modo a estabelecer caminhos de mão-dupla entre: a mediação pedagógica e o desenvolvimento cooperativo de conhecimentos nos espaços presencial, semi-presencial ou virtual. Não é uma luta fácil articular as TIC à pedagogia, mas faz parte de uma adaptação continuada do processo educacional.

Bibliografia




- Adell, J. (1997). Tendencias en educación en la sociedad de las tecnologías de la información, EDUTEC. Revista Electrónica de Tecnologia Educativa. Illes Baleares: Universitat de Illes balears.

- Aguado Arrese, A. (1997). Acercamiento a la tecnologia de la education. In Villar Angulo, La Formacion del profesorado: nuevas contribuciones. Madrid: Santillana.




- Blanco, E, & Silva, B. (1993). Tecnologia Educativa em Portugal: Conceito, Origens, Evolução, Áreas de Intervenção e Investigação. Universidade do Minho. Revista Portuguesa de Educação.

- Lima, V. A. (2001). Mídia: Teoria e Política. São Paulo: Perseu Abramo.

- Moraes, R. d., Dias, A. C., & Fiorentini, L. (2006). As Tecnologias da Informação e Comunicação na Educação: as perspectivas de Freire e Bakhtin (Vol. 1ª). Universidade de Brasília. Unirevista.

- Zêzere, P. (2002). A escola Inclusiva e Igualdade de Oportunidades. Lisboa: Instituto Superior de Psicologia Aplicada